Logo após o fim da cavidade oral e da cavidade nasal, inicia-se uma região anatômica chamada de faringe. Essa região é trânsito de ar e alimento. Sua porção logo atrás da cavidade nasal é conhecida como nasofaringe, enquanto que a porção logo atrás da cavidade oral é chamada de orofaringe.
A junção dessas, inferiormente, até encontrar-se com o esôfago, é chamada de hipofaringe. A hipofaringe faz contato com outra região, conhecida como laringe, popularmente conhecida como “órgão da voz”.
No entanto, a função da laringe não se resume à fonação, também estando envolvida com os mecanismos de deglutição, na medida que desempenha um mecanismo de válvula, controlando a entrada de ar para a traqueia e de alimentos para a hipofaringe/esôfago.
A maioria dos tumores que afetam essas regiões são malignos, embora uma série de alterações benignas não tumorais também possam ocorrer nessas zonas. Entre os tumores malignos, o carcinoma epidermóide permanece sendo o subtipo mais comum para todos os sítios.
O tabagismo e o etilismo também permanecem sendo os fatores de risco clássicos para essa doença no nosso meio, embora isso tenha se modificado em outras partes do mundo nas últimas décadas, especialmente com relação aos cânceres de orofaringe.
Nos países do hemisfério Norte, o HPV é o hoje o fator de risco principal para o carcinoma epidermóide de orofaringe, o mesmo vírus relacionado ao câncer de colo uterino na mulher e a boa parte dos cânceres de pênis no homem. O câncer associado a HPV confere um melhor prognóstico ao paciente e esforços têm sido direcionados para reduzir a intensidade e toxicidade do tratamento oncológico nesse grupo. Tudo indica que essa inversão de fatores de risco também venha a ocorrer no nosso meio nos próximos anos e o câncer de orofaringe seja a principal doença ligada ao HPV no mundo em pouco tempo.
O tratamento desses tumores é variável, podendo envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias alvo, imuno terapia ou combinações de alguns desses tratamentos, a depender de variáveis ligadas ao paciente, ao tumor e à disponibilidade de tecnologias e recursos da região. A grosso modo, são tumores com taxas de resposta semelhantes quando comparadas as terapias baseadas em cirurgia e radioterapia (ditas conservadoras).
O foco do tratamento é o seguinte: sempre que for possível tratar o tumor preservando a funcionalidade do órgão, assim o fazemos. Do contrário, órgãos destruídos ou desfuncionalizados pela doença, quando ainda possíveis de serem tratados por cirurgias, com aceitável morbidade, a cirurgia radical costuma ser a melhor escolha.
Naturalmente, são esperadas melhores taxas de cura para doentes em estágios iniciais, com sobrevida em 5 anos na faixa de 90% para cânceres iniciais de orofaringe e laringe, até inferiores a 15 a 20%, em estágios mais avançados de cânceres de hipofaringe e laringe.
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